quarta-feira, 10 de junho de 2009

A segunda Geração do Romantismo brasileiro, Carlos Kramer

Introdução

A segunda fase ou geração do romantismo do Brasil tem início quando é publicada um livro de poesia de Álvares de Azevedo no ano de 1853, que ao contrário da primeira geração não é o índio nem a natureza, e sim a tristeza e a melancolia os principais temas abortados.

Os principais autores da segunda geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela.

Com o fim da segunda geração vem a terceira, que ao contrário desta, os autores se preocupam com a dor e o sofrimento alheio, além de estarem preocupados com a abolição dos escravos e a proclamação da república.



Desenvolvimento


2ª geração do Romantismo brasileiro



A segunda geração do Romantismo brasileiro foi marcada pela pouca idade dos autores, sendo os principais Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. Os temas principais eram o ultra-romantismo (traços do Romantismo de primeira geração), o egótico (os autores fecham-se em seu próprio mundo, enxergando somente seu próprio mundo, suas dores e sentimentos, numa poesia fuga da realidade e de sonhos), o Byronismo (era um dos grandes ídolos, o autor inglês o Lorde Byron), o spleen (do Inglês, tédio, melancolia), o mal do século (nesse século a doença de tuberculose matava muitas pessoas, porém a morte era vista como fuga para os problemas da vida), a poesia de adolescentes (Muitos autores eram jovens, e boa parte morreram jovens, nisso os textos falavam de sonhos adolescentes, e a saudade da infância) e pro último a poesia de hospital (os textos eram melancólicos, como morte em frequência).

Nessa época a visão dos autores sobre o mundo vinha da Europa, como a frustração após a revolução da burguesia na Europa, mas como no Brasil não havia uma burguesia significante e concentra em certos pontos do país, além de não haver aqui nenhuma revolução burguesa não havia sentido essa frustração nos jovens escritores brasileiros.

Entre as características da segunda geração foram: o pessimismo (atitude de insatisfação da vida, tédio e melancolia); morbidez (a morte era vista como solução aos problemas); o satanismo (o demônios e o inferno apareciam com frequência, como continuação da dor vida na Terra); o Mistério (a preferência a lugares misteriosos, fúnebres, escuros etc).





Principais poetas da segunda geração romântica do Brasil



· Álvares de Azevedo

Nasceu em São Paulo em 1831, com dezesseis anos recebeu o diploma de bacharel em Letras, na Faculdade de São Paulo, fundou a revista “Ensaio Filosófico”, dedicou-se na poesia romântica européia, influenciado principalmente pelo lorde Byron e do Satanismo. Era muito sonhador, boêmio e doentio. Morreu no Rio de Janeiro, após uma mal sucedida cirurgia para retirar tumores, com 21 anos ainda incompletos.

Sendo o principal representante da segunda geração do Romantismo do Brasil, porém este foi um título póstumo (morreu em 1851 e deu origem a segunda geração do romantismo com suas poesias em 1853). Tinha em seus textos figuras femininas, de mãe, irmã (a virgem irreal e idolatrada) e da prostituta. E outra característica vai para o cotidiano dos estudantes.

Em seus trabalho haviam imperfeições talvez pela sua imaturidade, mas há também grandes qualidades como a formalidade. Suas principais obras foram Macário, Noite de Taverna e o Poema do Frade.



· Casimiro José Marques de Abreu

Nasceu em 1839 em São João da Barra ou Capiviri no Rio de Janeiro, tem o pai um rico comerciante e fazendeiro português, seguiu para Lisboa e lá começou sua carreira literária aos seu 17 anos trabalhando na impressa portuguesa. Regressa ao Brasil em 1859 e publica sua obra “As Primaveras”, que faz grande sucesso e logo após isso morre em Nova Friburgo ou Idaiaçu abas no Rio de Janeiro.

Sua obra é pequena e explora temas como a saudade da infância, amor á pátria\natureza, e temas adolescentes sobre tristeza. Suas poesias mais conhecidas foram Meus oito anos, Amor e Medo, e a Canção do Exílio.



· Luís José Junqueira Freire

Nasceu em 1832 em Salvador, teve um pai que era alcoólatra, tinha dúvidas e ilusões em sua vida. Em 1851 ingressou na ordem dos beneditinos, lugar onde tornou-se monge beneditino, também foi lá que arranjou inspiração para fazer suas obras, tendo como características: problemas sociais, religiosos e líricos. Tinha incertezas sobre a religião. Morreu de doença cardíaca em 1855, um ano após deixar sua obra “Inspirações do Claustro”.

· Luís Nicolau Fagundes Varela

Nasceu em 1841 em Rio Claro (São Paulo) e morreu em Niterói-RJ em 1875, seus estudos de base foram irregulares, talvez pela instabilidade profissional de seu pai que era juiz de paz. Conhecido como o “poeta maldito”, cassou com uma artista de circo e com ela teve um filho que morreu aos três meses de idade. Foi para o Recife para continuar seus estudos, porém regressou a São Paulo após saber da morte da sua esposa, casou-se de novo e teve outros filhos, mas não deixou a vida boêmia e as bebedeiras.

Este poeta sofria influências de outros poetas como Gonçalves Dias (indianismo), Álvares de Azevedo (subjetivismo e byronismo) e Casimiro de Abreu (subjetivismo e byronismo), nisso ele perdia a originalidade, deu continuidade às obras inacabadas de outros autores.

Suas principais obras foram: Nocturnas (1861), O estandarte de Auriverde (1863), Cantos religiosos (1878) e Diário de Lázaro (1880), suas obras marcaram a transição da segunda geração para a terceira geração do Romantismo do Brasil.






Terceira Geração do Romantismo do Brasil





Esta é a terceira e última geração do Romantismo do Brasil, ao contrário da primeira geração (nacionalismo e indianismo) e da segunda geração (mal do século, egotismo, ultraromantismo e byronismo), esta terceira tem como grande característica a preocupação com o sentimento e sofrimento alheio (o que não ocorria na segunda geração, pois nesta havia certa dose de egoísmo), o engajamento social e libertário, no caso a abolição dos escravos e a república do Brasil.

Nos anos de 1860 a 1870 houve grande fragilidade da monarquia brasileira (na época estava o imperador do Brasil, Dom Pedro II), e as idéias revolucionárias republicanas e de abolição, na qual era transmitida em comício públicos e assembleias.

Também conhecida como poesia condoreira (em relação ao condor, que constroi seu ninho em lugares altos) ou hugoniana (em relação ao escritor francês Victor Hugo que tinha grande obra social na época). Essas poesias eram declamada em lugares públicos, como praças.

Os principais autores foram: Antônio Frederico de Castro Alves (Curralinho-BA, 1847-1871 Salvador-BA); Joaquim de Souza Andrade (Guimarães-MA 1832 – 1902 São Luís-MA); Tobias Barreto Meneses (Vila de Campos Real-PB 1839 – 1889 Recife).

Autor: Carlos Augusto Cabral Kramer




Conclusão




Concluindo meu trabalho sobre a segunda geração do Romantismo brasileiro, descrevo que boa parte dos autores eram jovens, também que morreram quase todos jovens, até porque tinham uma vida boêmia, de “bebedeiras” e “noitadas”, além da tuberculose que atingia todas as classes sociais, e na qual não tinha cura.

Na parte das características notei que todas as particularidades da segunda geração estavam relacionadas à melancolia, tédio, tristeza, insatisfação geral da vida por parte dos autores.

Sobre os autores pode se destacar a morte prematura de boa parte dos autores, sendo o mais jovem a morrer foram Álvares de Azevedo e Casimiro de Abreu ambos com 21 anos, e o mais velho foi Fagundes Varela com 34 anos. Também pode se destacar que quase todos tinham vida boêmia (com exceção de Junqueira Freire, que era monge).

Após a segunda geração vem a terceira, que esta estava mais preocupada com as revoluções sociais, não seguindo mais o estilo egoísta da segunda. Sobre a abolição dos escravos em 13 de maio de 1888, acho eu Carlos Kramer que as poesias, as revoltas, não contribuíram em nada na abolição, pois não foi nada mais que a pressão inglesa que nessa época vivia na revolução industrial, na qual precisava de mercado comprador (trabalhadores assalariados) e não de escravos que não tinham condições de comprar nada. Já a proclamação da república em 1889 (um ano após a república), foi nada mais que a insatisfação da elite de fazendeiros que agora tinham que “pagar” salário, além do prejuízo na compra de escravos. A monarquia se mantinha até não mexer com a burguesia brasileira (típico do Brasil).




Bibliografia



· 2ªgeração do Romantismo, 19/04/2009

http://www.astormentas.com/din/classificacao_popup.asp?epoca=25

· Conceição de Castro, Maria da, Língua e Literatura, Editora Saraiva, A poesia da segunda geração, página 87;

· Álvares de Azevedo, Manuel Antônio; Enciclopédia Barsa Universal, 2007, página 264;

· Conceição de Castro, Maria da, Língua e Literatura, Editora Saraiva, Álvares de Azevedo, página 89;

· Conceição de Castro, Maria da, Língua e Literatura, Editora Saraiva, Casimiro de Abreu, página 92;

· Abreu, Casimiro José Marques de, Enciclopédia Barsa Universal, 2007, página 26;

· Conceição de Castro, Maria da, Língua e Literatura, Editora Saraiva, Junqueira Freire, página 94;

· Junqueira Freire, Luís José, Enciclopédia Barsa Universal, 2007, página 3392;

· Conceição de Castro, Maria da, Língua e Literatura, Editora Saraiva, Fagundes Varela, página 96;

· Fagundes Varela, Luís Nicolau, Enciclopédia Barsa Universal, 2007, página 2422;

· Romantismo brasileiro, página da internet, 19/04/2009

http://www.cce.ufsc.br/~nupill/ensino/o_rom_brasil.htm

· Conceição de Castro, Maria da, Língua e Literatura, Editora Saraiva, A poesia da terceira geração, página 119;

· A terceira geração, página da internet 19/04/2009,

http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/456706

· Tobias Barreto, página da internet, Enciclopédia Virtual Wikipédia, 19/04/2009

http://pt.wikipedia.org/wiki/Tobias_Barreto

OBS: Foi mantido o direito dos autores citados na bibliografia, direito em que é garantido na constituição brasileira de 1988. Não foi copiado frases ou trechos dos textos. O trabalho é autêntico, elaborado pelo aluno Carlos Augusto Cabral Kramer.




Autor: Carlos Augusto C. Kramer




Um comentário:

  1. A canção do exilio não é do casemiro e sim de gonçalves dias que é um escritor da primeira geração romantica

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